Mas como eu tinha uma sementinha plantada, assim que conseguimos fechar o lixão de Caldas, enquanto eu era prefeito, e criarmos o Consórcio entre municípios vizinhos para que os dejetos fossem corretamente descartados e aterrados numa área do município de Andradas, eu quis disseminar essa sementinha da consciência e atitude sobre os materiais recicláveis.
Coleta seletiva é o melhor caminho
A importância da coleta seletiva é justamente a redução dos impactos ambientais do consumo. Quando separamos o lixo (ou o que sobrou do que consumimos), facilitamos muito o seu tratamento e diminuímos as chances de impactos nocivos para o ambiente e para a saúde da vida no planeta, incluindo a vida humana.
Por isso, batalhei e consegui levar a campanha sobre a importância da coleta seletiva para as escolas da cidade. O simples ato de colocarmos lixeiras coloridas e identificadas para cada tipo de material reciclável estimulou a garotada. As crianças e jovens são os melhores multiplicadores de boas ideias e ações.
Paralelamente, o tema era abordado em todas as disciplinas de maneira transversal. A criança aprendia na escola e depois ensinava os pais, irmãos, avós e tios. Com os programas educacionais os nossos alunos se informaram e se tornaram atores das transformações.
Eles perceberam que a coleta seletiva auxilia na reciclagem de diversos tipos de materiais que seriam descartados no aterro e que hoje são destinados aos catadores que passam nas ruas ou às Cooperativas de Materiais Recicláveis. Tem muita gente trabalhando com o reciclável e sustentando famílias e mais famílias.
Educar para preservar
A mudança de costumes e hábitos é fundamental, mas o poder público pode fazer mais. As cooperativas podem receber mais atenção e incentivos. Muitas vezes, elas fazem somente seleção dos materiais (papel, vidro ou plástico), os quais têm, cada um, uma tecnologia específica para ser reciclado. Sem essa tecnologia e maquinário específicos, os trabalhadores deixam de fazer o beneficiamento e deixam de ganhar mais pelo trabalho.
Como a gente viu, a coleta seletiva emprega milhares de pessoas, contribui para a limpeza das cidades e zona rural, conserva os recursos naturais, diminui a poluição do meio ambiente e estimula a consciência ambiental. Eu abraço essa causa como uma das mais importantes para o desenvolvimento sadio e responsável de uma comunidade.
Vou aproveitar e deixar aqui algumas curiosidades sobre a taxa de reciclagem de alguns produtos no Brasil. Veja como podemos fazer muito mais.
Segundo a Associação Empresarial para Reciclagem (CEMPRE), o Brasil produz mais de 240 mil toneladas de lixo por dia, dos quais 45% é reciclável. No entanto, o país recicla apenas 2% do lixo urbano produzido.
Plástico
23,1% de todo o plástico produzido em 2020 foram reciclados.
O volume de resina plástica pós-consumo produzido no Brasil em 2020 foi de aproximadamente 884 mil toneladas.
Fonte: http://www.picplast.org.br
Latas de aço
47,1% das latas de aço consumidas no Brasil foram recicladas em 2019.
Cerca de 200 mil toneladas de latas de aço pós consumo retornam para o processo de reciclagem e mais de 9 milhões de toneladas de aço pós consumo são transformadas em novo aço.
Fonte:
Latas de alumínio
98,7% das latas de alumínio foram recicladas em 2021.
Praticamente a totalidade de latas que foi colocada no mercado voltou para o ciclo produtivo.
Das 415 mil toneladas de latas comercializadas no período, 409 mil toneladas foram recicladas.
O Brasil é o país que mais contribui para a reciclagem do alumínio no mundo.
Fonte:
Embalagens longa vida
42,7% foi o percentual de embalagens longa-vida recicladas no Brasil, em 2020.
O principal material das embalagens é o papel-cartão.
O papel-cartão é um material renovável, feito de madeira.
As embalagens são totalmente recicláveis e têm em sua constituição até 80% de materiais provenientes de fontes renováveis.
Fonte:
www.tetrapak.com/br/sustainability
Papel
66,9% foi o índice de reciclagem para o papel em geral, em 2019.
O Brasil figura entre os principais países recicladores de papel do mundo.
Em 2018, 5,1 milhões de toneladas retornaram para o processo produtivo.
O índice de reciclagem geral para o papel é de 66,9% (2019). Se considerarmos somente os papéis de embalagem, esse índice fica em torno de 85%.
Fonte:
Vidro
25,8% foi o índice de reciclagem do vidro no ano de 2018. A taxa foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Vidro – Abividro no Planares.
Fonte: